Seja bem vinda!

Há em mim uma consciência que já não busca mais o fim da estrada, mas a celebração de cada curva, de cada pausa, de cada incompletude que pulsa como lembrança de que estou viva.

Dizem que, quando chega o tempo da morte, a Fênix não se esconde. Ela voa até o ninho mais alto, ergue o peito e começa a cantar. E o canto não é dócil. É o som de mil dores queimando ao mesmo tempo. É a confissão de cada lágrima engolida, de cada amor que a abandonou, de cada vez que acreditou não ter mais forças.

Há um sussurro antigo que percorre o tempo. Ele vive nas raízes das árvores, nas águas que se lembram, nas cicatrizes das mulheres que vieram antes de nós. É o sussurro do amor que começa dentro.

Há um momento em que a alma feminina desperta para um chamado antigo, quase esquecido. Um sussurro que vem do centro do peito e ecoa pelos ossos, lembrando que estamos aqui para muito mais do que sobreviver.

A maioria das pessoas é profundamente resistente ao trabalho interno porque, para a psique condicionada, olhar para dentro é como encarar um espelho que não deforma nem adorna, um espelho cru, que revela o que foi escondido, negado ou rejeitado por tanto tempo.

Compreender o ego é como atravessar um espelho feito de névoa ele turva tua visão, mas não pode ocultar tua essência. O ego não é tua verdade, apenas um manto costurado de memórias, medos e desejos de aceitação.

Antes de qualquer renascimento, há sempre um território de travessia. É aquele momento em que percebemos que não pertencemos mais ao que...

Há um lugar invisível onde muitas de nós habitamos, um espaço entre o colapso e o florescer. Não é o fim, mas também ainda não é o recomeço.

Em tempos de sobrecarga, o ruído externo nos ensurdece. Corremos tanto para atender às demandas do mundo que esquecemos da canção interna que nos habita.

Todas nós, em algum momento do caminho, sentimos um chamado que não vem do mundo de fora, mas do ventre da alma. Ele pode surgir como um fogo súbito, que nos queima por dentro com a fome de liberdade e verdade.